Igualdade, nem sempre; equidade, sim!

بِسْمِ اللهِ الرَّحْمَنِ الرَّحِيم
Em nome de DEUS, o Clemente, o Misericordioso

السلام عليكم
Não podemos negar que não é de hoje que o papel da mulher tem passado por verdadeiras transformações na sociedade. O Islam frequentemente é acusado de negar muitos direitos às mulheres. Tais afirmações partem, na maioria, de pessoas que não possuem o conhecimento básico sobre a religião e que por anos acompanharam as mais diversas dificuldades e falta de respeito sofridos pela mulher, pensando que em todo lugar e sociedade deve ser assim.


Muito antes dos diereitos humanos ou grupos feministas pensarem em existir, DEUS (louvado seja) já havia estabelecido o direito das mulheres à educação, ao divórcio, à herança, à proteção, à vida, ao direito de escolher com quem constituir suas famílias, etc. Como um exemplo, podemos observar abaixo:

“Aos filhos varões corresponde uma parte do que tenham deixado seus pais e parentes. Às mulheres também corresponde uma parte do que tenham deixado os pais e parentes, quer seja pequena, quer seja pouca ou muita, uma quantia determinada.” (4.7)

Estes direitos, entre outros, são ordens divinas e quando não são cumpridos, recaem em pecado por parte daqueles que os negligenciam. De canto a canto do mundo vemos que alguns esquecem as leis divinas. Pior pra eles!

Muito mais tarde, por volta do século XIX, o movimento feminista começava sua luta por garantir os direitos básicos das mulheres, ainda assim, tal movimento tinha a participação de mulheres com maior ascedencia social. Ao longo do tempo, este movimento começou a abranger os direitos das mulheres sem diferença de classe social ou raça.
O movimento feminista ganhou vida em meio a Revolução Francesa, quando a injustiça social do Antigo Regime foi denunciada pelo povo nas ruas. Com a Revolução foram proclamados os direito de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Com as mudanças sociais e o avanço da modernidade me pergunto se a sociedade não perdeu ou desvalorizou o sentido da luta do grupo feminista que não veio para mostrar que a mulher é superior ao homem ou para igualar a fêmea ao macho quanto aos mesmos desejos, aspectos e realizações; mas, entre outros, para garantir a equidade em desejar, planejar e realizar. Hoje a mulher está inserida no mercado de trabalho, mas em muitos setores há a desigualdade do valor do trabalho, além de acabar na dupla, tripla e não sei mais quantas jornadas. Pois ao inserir a mulher no mercado de trabalho foi pensado em baratiar ainda mais a mão de obra e não para dar equitativas condições e justas recompensas. O que se esqueceu ao longo do tempo foi da valorização da mulher como ser humano, se esqueceu de que homens e mulheres podem ter tarefas específicas em muitas áreas e aspectos, e isso não quer dizer que um deve ser inferior ao outro. No Alcorão sagrado ainda diz:

“Os crentes e as crentes são protetores uns dos outros” ... (9.17)


Uma mulher não deve ser valorizada somente se passa 8 horas do seu dia dirigindo uma empresa, mas também se passa todo o dia em casa cuidando do seu bem-estar e de sua família. Não importa se ela é uma autônoma ou uma diretora de escola, se é uma estudante ou presidente do Brasil. Não é a função que dignifica a mulher, mas a mulher que dignifica tudo o que faz com a permissão do SENHOR.


DEUS (louvado seja) dotou o homem e a mulher com algumas capacidades que se coincidem e com outras que se diferenciam. Não podemos negar que poucas vezes o homem e a mulher poderão se equiparar em força física ou em sensibilidade, por exemplo, mas a união de ambos se torna perfeita; um precisa da diferença do outro para se completar, igualmente ambos podem compartilhar as semelhanças. Não há motivo nenhum em um se sentir superior ao outro.

 DEUS (louvado seja) diz no Alcorão sagrado:


“E harmonizai-vos entre elas, pois se as menosprezardes, podereis estar depreciando seres que DEUS dotou de muitas virtudes.” (4.19)



A virtude é algo dado à mulher por DEUS (louvado seja), porém , essa está perdendo a sua essencia na corrida por se igualar ao homem em tudo. “Se ele apronta por que não posso aprontar também?”. A imagem da mulher pulou do pedestal para cima da boquinha da garrafa. Se uma mulher exibe seu corpo no Carnaval com um pouco mais ou menos de roupa, vira polêmica; mas o fato dos números escancararem que o equivalente a 10 mulheres são mortas por dia no país, vira somente notícia policial. Só se deseja se igualar a algo quando o juga superior. Não me preocupo se um homem pode trocar tranquilamente o pneu de um carro. Isso não o torna melhor que a mulher. E se ela pode suportar a dor do parto, não a torna superior. Porém, temos os mesmos direitos quanto ao respeito, cidadania, educação, etc. Não é questão de ser melhor nem pior, mas diferente.


Segue abaixo um lindo poema.

O Homem e a Mulher
O homem é a mais elevada das criaturas; a mulher, o mais sublime dos ideais. 

Deus fez para o homem um trono; para a mulher fez um altar.

O trono exalta e o altar santifica.

O homem é cérebro; a mulher, coração.

O cérebro produz a luz; o coração produz amor.

A luz fecunda; o amor ressuscita.

O homem é o gênio, a mulher o anjo.

O gênio é imensurável; o anjo é indefinível.

A aspiração do homem é a suprema gloria; a aspiração da mulher é a virtude extrema.

A glória promove a grandeza e a virtude, a divindade.

O homem tem a supremacia; a mulher, a preferência.

A supremacia significa força; a preferência representa o direito.

O homem é forte pela razão; a mulher invencível pelas lágrimas.

A razão convence e as lágrimas comovem.

O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de todos os martírios.

O heroísmo enobrece e o martírio purifica.

O homem pensa e a mulher sonha.

Pensar é ter uma palavra no cérebro; sonhar é ter na fronte uma aureola.

O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que canta.

Voar é dominar o espaço e cantar é conquistar a alma.

Enfim o homem está colocado onde termina a terra; a mulher, onde começa o céu.

                                                           Victor Hugo