Não excomunguem a Glória Perez!

بِسْمِ اللهِ الرَّحْمَنِ الرَّحِيم

Em nome de DEUS, o Clemente, o Misericordioso

السلام عليكم
Bem, com a volta da novela de Glória Perez, os comentários sobre o Islam voltaram com tudo. Algumas das pessoas que comentam não são muçulmanas e devem levar “O islã Segundo Glória Perez”, mas conhecido como “O Clone”, muito a sério. Se fosse um livro, poderia ser sagrado pra quem não quer seguir nada nem coisa alguma. Por outro lado, os muçulmanos tentam explicar que “aquilo nada tem a ver com o Islam”

 Acompanhei os primeiros capítulos e fiquei me perguntando “de onde essa mulher tirou tanta bobagem?”. Mas não. Eu estava errada. O que vemos em “O Clone” não é um monte de bobagem. É simplismente uma novela!


Só nos primeiros capítulos se pode observar que em “ O islã Segundo Glória Perez”:


a mulher tem que apresentar prova de virgindade na noite de núpcias ( Aliás, essa regra vale também para quem for cigana nas novelas da autora. Alguém lembra de Dara & Igor, em “Explode Coração”?);


a primeira mulher manda nas outras, caso o marido venha a ter;


no Marrocos o homem pode se casar com mais de uma esposa;


o tio pode se esbofetear e se maldizer;


o tio pode bater no rosto da sobrinha;


o tio pode trancar a sobrinha no quarto porque ela o desobedeceu e dizer que ela vai viver ali até a morte;


o tio pode caluniar a sobrinha chamando-a de “suja” (leia-se, com o perdão da palavra, “vagabunda”);


a sobrinha tem que se casar com quem o tio escolher;


o dote da mulher pode ser um comércio entre seu tio e o noivo;


o dote da sobrinha tem que ser alto e em ouro;

a Jade pode levar 80 chibatadas se fugir de casa e sua prima ser devolvida pelo marido; 

etc.


Todas essas “regras” citadas acima, não fazem parte do Islam ou pelo menos, não como ordena a religião, e no caso do Marrocos, o casamento só pode ser monogâmico; mas, neste caso, vamos dar um desconto. Faz muito tempo que a novela foi escrita, talvez a lei seja recente e essa é uma novela de Glória Perez e ela pode ter a lei que quiser, o costume que quiser, mesmo tendo a Religião Muçulmana como cenário. Eu sei, eu sei que essas condutas da novela são contrárias à prática religiosa do Islam, mas gente, a culpa não é da autora, a culpa é das pessoas que vivem num país aspirante a integrar o primeiro mundo e pensam que novela é garantia de aquisição de conhecimento religioso, histórico, geográfico, etc. Novela é entretenimento e está passível de equívocos e passar (ou criar) informações desencontradas. O papel da autora de “O Clone” é produzir novelas que caiam no gosto popular e rendam ibope. Só isso. Já pensou se todo brasileiro em novela fosse retratado como é na realidade? O que seria do merchandising das roupas e dos carros de grife? Tudo poderia ser bem simplificado na novela, mas, e o romance? Como se contaria a história melosa? Agora, imagina se um aluno escrevesse num exercício ou avaliação que Cuiabá, capital de Mato Grosso, fica em Mato Grosso do Sul. Pois segundo a autora, na novela “América”, fica.


Ah, não excomungue a Glória Perez. Se é difícil pesquisar o nome de uma capital do país, imagina sobre uma religião tão imensa e completa como o Islam.


Que a paz esteja com vocês!